Governo de São Paulo lança política industrial
O governador de São Paulo, João Doria, anunciou na última quinta-feira, 22, a criação de 11 polos de desenvolvimento econômico, cada um deles ancorado em um segmento da indústria e que cobrirão virtualmente todas as regiões do estado.
Os polos serão beneficiados por regimes tributários especiais, financiamentos mais vantajosos, programas de qualificação de mão de obra, implantação de infraestrutura e estímulo à pesquisa e inovação, além de medidas destinadas a desburocratizar e melhorar o ambiente de negócios.
Os 11 setores representam 75% da indústria da transformação paulista: máquinas e equipamentos; metalúrgico; automotivo; químico, borracha e plástico; saúde e fármacos; derivados de petróleo e petroquímico; biocombustíveis; alimentos e bebidas; têxtil, vestuário e acessórios; couro e calçados; e tecnologia e eco-florestal.
Um dos objetivos desta que já está sendo chamada de nova política industrial paulista é de gerar novas vagas de trabalho para reduzir o nível de desemprego em São Paulo, que hoje atinge 3,7 milhões de pessoas – quase 30% do total de desempregados no País.
“Um governo responsável é comprometido com a geração de empregos. Mas isto deve ser feito não com paternalismo ou assistencialismo, e sim com incentivos ao setor produtivo, com a criação de condições econômicas adequadas”, afirmou João Doria.
Os polos não serão geograficamente confinados. Os de máquinas e equipamentos e metal-metalúrgico, por exemplo, se distribuirão pela Capital, Ribeirão Preto, Piracicaba, Sorocaba e as regiões do Alto Tietê, Vale do Paraíba e Central. Já o automotivo se espalhará por São Paulo, ABC e Região Metropolitana, Sorocaba, Campinas, Piracicaba, Alto Tietê e Vale do Paraíba.
O programa vai, visivelmente, na contramão da equipe econômica federal, que é contrária a qualquer tipo de incentivo fiscal ao setor produtivo. A adoção de políticas industriais foi uma marca dos governos petistas nas gestões Lula e Dilma e sofreu críticas severas por apresentar gastos fiscais excessivos e poucos resultados.
A equipe de Doria, no entanto, afirma que a inspiração do programa vem de experiências liberais semelhantes com zonas econômicas especiais nos EUA, Grã-Bretanha, Israel e Coreia do Sul. “Esse é um governo liberal e de forma nenhuma estamos fazendo um programa de incentivo fiscal para setores específicos ou guerra fiscal. A atuação dos polos é para identificar falhas de mercado e atuar nas falhas de governo”, salientou a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen.
FONTE: Usinagem Brasil – https://bit.ly/2EA0b08
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